quarta-feira, novembro 11, 2015

O Governo caiu. O que acho que vai (e deve) acontecer...

O XX Governo Constitucional durou poucos dias. Um Governo que foi sufragado e escolhido pelos portugueses, fruto de uma coligação transparente e que não foi mais do que a continuação legítima de uma coligação de Governo que durou mais de quatro anos, de tempos muito difíceis, e que a maioria dos portugueses decidiu que continuasse, desta vez sem maioria absoluta.
Contudo, uma maioria formada pelos partidos perdedores resolveu avançar com um acordo negativo, tendo como único eixo de ligação a queda da coligação de Governo que venceu as eleições. No resto, esta maioria negativa apenas se destaca pelos seus pontos de discórdia... Nem sequer em relação a um acordo comum se entendem, tendo de subsistir acordos bilaterais. Enfim, uma autêntica "manta de retalhos".
Pois bem, o tempo agora é novamente de Cavaco Silva. Com o seu mandato a chegar quase ao fim, Cavaco Silva tem a oportunidade de, novamente, surpreender a esquerda. E tem toda a legitimidade para o fazer. Esta esquerda que pensa que já governa e que fala como se a sua indigitação tivesse, neste momento, de ser uma inevitabilidade. Mas, não é! Cavaco Silva tem a possibilidade (que a Constituição lhe confere no art. 186º ) de dar posse a um Governo de gestão, que pressupõe que o Executivo de Passos Coelho possa manter-se em funções até à tomada de posse de um novo Governo, que saia vitorioso nas próximas eleições legislativas. Dizem que o problema é que só pode haver eleições a partir de Julho do próximo ano. E qual o problema? Há praticamente quatro meses que o Governo se tem comportado como estando em gestão e o país não sofreu nenhum abalo por isso. Bem pelo contrário. O abalo na Bolsa de Valores e nas taxas de juro da dívida pública aconteceu quando se soube que a queda do Governo seria uma certeza. Outros dizem que o problema está no Orçamento. E qual o problema? Entre um Orçamento em duodécimos (que respeite o actualmente em vigor e que dará origem a um défice de 3% do PIB) e um Orçamento elaborado por uma Esquerda ortodoxa e refém de um PCP do século passado (e que daria origem, pelas promessas feitas a um défice bem acima dos 3%), que venha o Orçamento em duodécimos. E quanto à legitimidade para Cavaco Silva para optar por um Governo em gestão em detrimento do Governo da "manta de retalhos" esquerdista, essa legitimidade é total e conferida pela Constituição e pelas "balizas" que o próprio Cavaco estabeleceu aquando da tomada de posse do Governo de Passos Coelho. É que Cavaco Silva não tem que se comportar como a Rainha de Inglaterra, nem o seu cargo é meramente decorativo. Cavaco tem direito ao seu livre arbítrio, tendo em conta os valores que defende e com que se candidatou há cinco anos atrás. Valores esses sufragados pela maioria dos portugueses...
Que venha o próximo Presidente da República (muito possivelmente Marcelo Rebelo de Sousa) e dê, novamente, a voz ao povo. Aí sim, veríamos o que é que os portugueses querem? Quem tem medo de dar a voz ao povo? A esquerda, pelos vistos...  

1 comentário:

Anónimo disse...

Caiu e já não se vai levantar mais.