quinta-feira, janeiro 27, 2005

Programas eleitorais? Para quê?

Será que alguém ainda se lembra do que vinha escrito nos programas eleitorais do PS em 1995 e 1999 ou do PSD em 2002? Não creio... Vem isto a propósito do que muito se tem escrito sobre o conteúdo dos programas eleitorais que PSD e PS apresentaram recentemente. Convém lembrar que os ditos programas não passam de propósitos ambiciosos que, legitimamente, cada partido pensa poder vir a cumprir, caso a conjuntura socio-económica lhe seja favorável. Claro que há promessas que soam a puro populismo: a criação de 150 mil novos empregos proposta pelo PS (quantos serão destruídos?) ou a diminuição do peso do Estado de 48% para 40% do PIB ambicionada pelo PSD (à custa de quanto desemprego?)...
Mais do que discutir números interessa discutir a forma de estar na política dos principais intervenientes nesta campanha! E, se Santana Lopes pode ser considerado como intempestivo, pelo menos é alguém que não tem medo de lobbies, nem de propostas reformadoras. Já José Sócrates, dá a ideia de alguém que não tem força para combater o imobilismo, deixando transparecer falta de coragem e de ambição quando aparece em público.
A verdade é que nos últimos quatro meses, apesar de alguma confusão, Santana Lopes deixou a imagem de alguém que pretende enfrentar os lobbies instalados em muitos sectores da população portuguesa, pretendendo introduzir taxas diferenciadoras na saúde e educação, acabar com o sigilo bancário, reformar a Administração Pública e a Segurança Social, aumentar os impostos aos bancos, etc. Já Sócrates, rodeado do que resta do pior guterrismo, mais parece o "fantoche" de Vitorino, sem ideias novas, nem propostas que enfrentem o estado actual de coisas.

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