domingo, junho 04, 2006

Pior a emenda que o soneto...

Pois é, à falta de bom senso manifestada pela Ministra da Educação na forma como se dirigiu, recentemente, ao nível de profissionalismo (ou falta dele) dos professores, eis que a FENPROF responde da pior maneira possível, através da decisão de convocar uma greve para o próximo dia 14 de Junho, véspera de feriado nacional e, coincidência ou não, no dia seguinte ao feriado municipal de Lisboa. Esta falta de inteligência por parte da FENPROF apenas levará a que a opinião pública em geral fique com a ideia de que o que os professores querem mesmo é um fim-de-semana bem prolongado...
É claro que não vou fazer greve, até porque não sou apologista deste tipo de estratégia como forma de resolução de conflitos entre a tutela e a classe docente, preferindo o reforço da credibilidade e do diálogo como forma de aproximação de vontades díspares. Mas, sobretudo, condeno o acto de convocar uma greve para este dia porque a mesma dá a imagem da total falta de credibilidade que povoa no sindicalismo docente. Se por um lado, a proliferação de sindicatos e associações de professores destrói e mina a união desta classe, não nos podemos esquecer que é esse tipo de actuação que interessa a muitos daqueles que pensam que a maioria dos professores estão nesta profissão apenas por interesses materiais e não pelo gosto de ensinar e contactar com jovens estudantes...
Mais uma vez sou levado a defender a criação de um Ordem dos Professores, como forma de credibilizar a classe docente e elevar o nível de exigência da mesma junto da opinião pública e da tutela, através, por exemplo, da criação de um código deontológico de professores que a não ser cumprido deveria levar à "expulsão" de alguns que estão a mais nesta profissão, mas que levam à descredibilização errada de uma maioria que se dedica de corpo e alma à causa mais nobre de ensinar e formar...

12 comentários:

IsaMar disse...

Vai parecer estranho ...mas também escrevi algo sobre esta data da greve...
Mais um que se junta a mim...eu também não farei greve...pelo facto de não concordar com a data. pois se o fizer, darei oportunidade a que os Pais critiquem mais uma vez a nossa classe.

Anónimo disse...

Desculpem lá mas não podia estar mais em desacordo...
É com esta maneira de pensar que a ministra (se é que se lhe pode chamar isso) conta...
Com o eterno medo do que os outros vão pensar ou deixar de pensar. As greves foram criadas para mostrar o descontentamento, doa a quem doer, porque se não doer também não vale a pena manifestarem-se nem fazerem greves. Por mim só é pena que devido ao tempo para o pré aviso de greve, das datas que estavam previstas para a greve não tenha vingado a da data que estava prevista para um dia dos exames (tem que doer e mais nada) e não me venham com essa de coitados dos meninos, porque também tenho filhos mas não consigo lutar pelos direitos deles se não lutar pelos meus. Para além desta data dos exames esteve prevista a de 16, mas foi rejeitada porque estava entre um feriado nacional e um fim de semana e também podia dar azo a comentários tristes, tanto do público, como da classe cujos direitos a greve pretende defender e passa a vida com comentários tristes. Dai os sindicalistas terem abdicado dessas duas datas. Mas agora nem 14 está bom porque a seguir é feriado... Mas será que anda toda a gente a dormir e se deixa adormecer pelo diz que diz e não são capazes de se mover e levar os outros a mover-se pelo seu descontentamento e pelos seus direitos??? Será que não sabem que está convocada uma manifestação para dia 14 em Lisboa a fim de demonstrar o descontentamento aquela coisa a que se chama ministra e se pretende e os grevistas em massa se desloquem a Lisboa (se não forem é lá com eles)??? (Só não luta quem está contente, mas depois não falem dos outros que lutam pelos seus e vossos direitos) Não é lógico que para as pessoas que deslocam de diferentes partes do país a Lisboa o melhor é que não haja aulas no dia seguinte??? Mas não... continuem a cascar nos vossos colegas que lutam e tentam chamar à atenção para o problema que assim é que vão ganhar alguma coisa...
Já disse para mim a greve era onde doía, dissessem os outros o que quisessem... Nas Avaliações e nos Exames... Se não lutam pelo menos deixem os outros lutar... Agora não se juntem ao estúpido inimigo...
Abraços
Anónimo (porque nesta ditadura disfarçada de democracia só não tem medo quem anda a dormir)

Pedro disse...

Caro anónimo, há que respeitar a opinião daqueles que não se reveem neste tipo de sindicalismo militante, assente em divisionismos que apenas dão a imagem que os professores nem sequer entre eles conseguem chegar a um consenso... Eles são FENPROF, FNE, SINAPE, Pró-Ordem e muitos outros...
Por outro lado, todos sabemos que a FENPROF está directamente ligada às cúpulas do Partido Comunista e que apenas sabe falar em manutenção de direitos (eles até lhes chamam direitos adquiridos), esquecendo-se de que para requerer direitos há que cumprir e exigir o controlo dos deveres... Só há direitos para quem cumprir deveres!!!
Enfim, marcar uma greve para uma véspera de feriado apenas terá como consequência um multiplicar de comentários da opinião pública em geral contra os professores. Só não vê isso quem não quiser!!! Por isso, não farei greve... Só quando os sindicatos se unirem num só é que então poderemos esmerar à credibilidade do nosso sindicalismo...
E não assino de forma anónima porque não tenho de medo de dar a cara pelas ideias que defendo...

Anónimo disse...

Primeiro: respondo como anónimo, exactamente porque tenho medo e tenho razões para ter medo, já fui atacado por isso, por isso cada um sabe de si...
Segundo: acho que expliquei +/- bem o porquê da escolha dessa data, aconselho a ler de novo...
Estou à vontade para falar porque nem sou comunista, nem perto disso, mas concordo com todos os tipos de luta, venham de onde vierem, que permitam atacar quem nos ataca indiscriminadamente...
Abraços...

Anónimo disse...

Só mais uma achega...
A esperar que nos andemos a atacar uns aos outros já aquela coisa (acho que toda a gente sabe a quem me refiro) está à espera... Este divisionismo é a coisa que ela mais quer... não me interessa quantos sindicatos há ou deixa de haver os professores é que têm que estar unidos em torno de todas as formas de luta e deixarem de se andar a atacar uns aos outros, ou pelo menos deixar de atacar aqueles que lutam pelos seus direitos e dos outros.
Abraços...

Pedro disse...

Caro anónimo, vamos ver se nos entendemos. A FENPROF afirma que a marcação desta greve vem na "sequência das declarações insultuosas da ministra da Educação dirigidas aos professores portugueses" (JN de 30 de Maio), bem como da "proposta que apresentou para revisão do Estatuto da Carreira Docente" (Público de 27 de Maio). Ora, se marcarmos uma greve sempre que não gostamos das declarações de um(a) Ministro(a), então teremos dezenas de greves por ano, pelo que a principal razão desta greve é mesmo o anúncio da proposta de alteração do ECD dado a conhecer a 27 de Maio pelo jornal Público.
Ora, a ser assim a FENPROF poderia ter marcado a greve para um dia que não coincide com a véspera de feriado, nem para a época de exames.
Vejamos, se a greve fosse comunicada a 31 de Maio, cinco dias depois da proposta ministerial ser dada a conhecer, com o período normal de pedido de autorização da mesma, poderia muito bem ser marcada para o dia 8 de Junho, quinta-feira, dia este não junto a um fim-de-semana, nem coincidente com a época de exames.
Outra hipótese era não se ser de "meias-tintas" e marcar a greve para um dia em que coincidisse com um dia de exame nacional. Para grandes males, grandes remédios, dirão muitos...
Agora, marcar uma greve para um dia véspera de feriado (entre dois feriados em Lisboa) só dá a imagem que os professores querem é um fim-de-semana prolongado. E eu não entro nessa estratégia!!!
Abraço

Paulo disse...

Pedro,
Tive já hipótese na escola de te explicar o porquê de não se marcar para já greves nos exames e o porquê marcar para antes de um feriado ou fim de semana a greve. Como já sabes pretende-se com a greve fazer uma manifestação em Lisboa, é bem mais lógico que se marque esta para antes de um dia livre, pois pretende-se atrair a ela todos os grevistas de TODAS AS PARTES DO PAÍS, logo para as pessoas que se deslocam de longe é melhor poderem descansar no dia seguinte para poder ainda trabalhar frescos na 6ª-feira (porque a greve não dá o direito a faltar na 6ª). Quanto ao facto de haver pelos arredores Feriados Municipais acho que não preciso de comentar, pois como disse é Municipal.
Cumprimentos,
Paulo

henrique santos disse...

Caro Pedro
já não vinha há algum tempo a este blog. Confesso que tinha perdido algumas coisas importantes.
Brincando um pouco:
no seu post anterior intitulava-o: "Há momentos em que não nos podemos calar!!!". Depois disso o Pedro tem metido a viola no saco e ataca os sindicatos: os comunistas da Fenprof", e faz campanha contra a Greve que, sabe bem você, não faz pois não está no seu código deontológico, pois não?
Ó Pedro deixe os outros fazer greve. Você próprio apontou um motivo que a qualquer professor levaria a fazer greve: a existência de "apenas um ministério cujo titular aparece frequentemente a atacar de forma violenta toda uma classe profissional".
As suas condições para a greve são, a bem dizer, condições impossíveis.

Pedro disse...

Caro Henrique, a greve deve ser utilizada como o último meio para atingir os fins e não como uma espécie de "arma de arremesso" no início de negociações que se esperam sérias e credíveis com a tutela... Se a isto acrescentarmos o dia que escolheram para a greve está tudo dito!!!
Mas, ser contra esta greve não nos obriga a ficarmos calados e a aceitarmos tudo o que vem do Ministério da Educação. Bem pelo contrário...

AnaCristina disse...

Não faço greve porque apesar de estar contra muita coisa do ECD não me levam com a desculpa do "afinal a data era pra se outra"... Não me sinto representada! E o problema é que são essas pessoas que SUPOSTAMENTE nos vão defender na negociações... Por isso é que estamos onde estamos!!

Paulo disse...

Acho que ninguém deu nenhuma desculpa ao dizer que a data era para se outra, apenas se limitou a dar a conhecer um facto, que já está mais que explicado. E essas pessoas que nos foram defender e aos nossos direitos, não foram supostamente, foram mesmo...
Pois... Eu também podia dizer que é graças a pessoas como a senhora que estamos onde estamos...
Tenho dito...

Anónimo disse...

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