quinta-feira, setembro 08, 2005

Demolições, rissóis e uns copos...

Só mesmo em Portugal para termos tanto frenesim em redor da demolição de duas torres na região de Tróia. E só mesmo Belmiro de Azevedo para vir falar em espectáculo, depois da SIC ter decidido transmitir em directo a implosão dos dois edifícios. Mas, o mais caricato, digno da elevação de uma mera banalidade de engenharia a um acontecimento que obrigou à presença do Primeiro-Ministro e de dezenas figuras do Estado português foi vermos, na SIC-Notícias, Sócrates falar da concretização seu primeiro PIN (projecto de Potencial Interesse Nacional), enquanto nas suas costas estava uma multidão a comer rissóis e bolinhos, bem regados com sumos e vinhos da região... A típica atitude portuguesa: aproveitar qualquer cerimónia para encher a barriga!!!
Quanto aos "coitados" de Grândola, que tiveram direito a uma écran gigante para verem o tal "espectáculo", foi surrealista ver a jornalista da SIC questionar a alguns habitantes da vila alentejana se acreditavam que o projecto turístico de Tróia poderá vir ser a estratégia para contrariar o desemprego daquela região. Já estou mesmo a ver a população desempregada de Grândola, sem estudos, nem qualificações a servir à mesa dos restaurantes de Tróia! Que rico serviço...
Há que compreender que o turismo não pode ser elevado à qualidade de único "salvador" da Pátria e que os portugueses têm capacidade para muito mais do que simplesmente "vender" praia e sol...

5 comentários:

Anónimo disse...

Pena mesmo não ser o espectáculo da demolição do Governo de Socrates. Esse sim um grande e necessario expectatulo

Gonçalo Taipa Teixeira disse...

O turismo pode ser um dos maiores salvadores do Estado Português, mas com qualidade e respeito pelo ambiente natural e cultural, e não em quantidade... A exploração em quantidade costuma levar à eliminação do produto explorado.
Aproveito para agradecer o link. Obrigado!

Pedro disse...

Caro Rajodoas, a questão não é saber o que é desprestigiante, mas sim saber que tipo de desenvolvimento queremos: assente na panaceia do turismo ou num desenvolvimento integrado e diversificado...

Anónimo disse...

«Há que compreender que [...] os portugueses têm capacidade para muito mais do que simplesmente "vender" praia e sol...»

Os portugueses ainda não sabem sequer vender praia e sol. Aliás não sabem vender nada. Só sabem comprar o que não precisam com o dinheiro que não têm.

Anónimo disse...

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