quarta-feira, fevereiro 22, 2006

O perigo de se banalizar a fertilização in vitro...

O "pai" da pílula contraceptiva esteve há uns dias atrás no Porto e concedeu algumas entrevistas aos jornais portugueses, cujo conteúdo não deixa de ser, em algumas partes, polémico e controverso.
Afirmou Carl Djerassi que "a decisão de engravidar é da mulher e de mais ninguém e que será impensável, sequer, legislar sobre o assunto". Ora, este tipo de afirmação corre o risco de ser mal interpretada, visto que dá a entender que o homem não deve ser tido nem achado para o acto da concepção. Refere ainda o cientista que "o futuro será o de filhos sem sexo e que pessoas sem problemas de infertilidade irão usar os métodos de fertilização in vitro e que serão quase exclusivamente mulheres a tomar essa decisão". Ora, a forma simples e banal como estas afirmações são proferidas pode provocar uma certa desresponsabilização do acto de concepção, o que se poderá tornar perigoso e insustentável no futuro...
De facto, não se pode "pedir" à sociedade que se despreocupe com o acto de conceber novas vidas, numa espécie de umbiguismo e egoísmo exacerbados, fazendo-se crer que no futuro bastará recorrer a um banco de esperma para qualquer mulher ter o seu filhinho, como se um filho fosse um brinquedo qualquer.
Dito isto, penso que as entidades competentes devem legislar no sentido de não termos uma banalização da concepção assistida, ao mesmo tempo que se devem defender os casais com problemas de fertilidade. Os caprichos e egoísmos individualistas não se devem sobrepor à responsabilidade de defender e promover a família...

4 comentários:

Anónimo disse...

Bless those who are not afraid of what the future holds...

contradicoes disse...

Neste particular estou inteiramente de acordo consigo. Este cientista revela-se destituído de qualquer sentimento de família. Se esta banalização acontecesse, amanhã seriamos confrontados com a opção dos casais de lésbicas passarem a conceber por este processo e a possuirem os filhos que desejassem sem estes nunca saberem quem teriam sido os seus verdadeiros pais.
Um autêntico absurdo ao qual se deverá opor a nossa sociedade, pois um filho num é comparável ao animal de estimação que se adquiri numa qualquer loja da especialidade.

Anónimo disse...

...

Nan disse...

Desculpem, mas o Admirável Mundo Novo não é de Aldous Huxley?