sexta-feira, março 24, 2006

As confusões e contradições de Sócrates...

O Primeiro-Ministro José Sócrates apresentou-se esta semana no Conselho Europeu para repetir o que António Guterres já havia afirmado há quase seis anos atrás: há que apostar em medidas de incentivo ao emprego. Há quantos anos é que já ouvimos falar nisto? Lembram-se da famosa Estratégia de Lisboa, que tinha como propósito fundamental fomentar o emprego?
Ao mesmo tempo que Sócrates vai a Bruxelas retomar a velha questão do emprego, por cá, no nosso cantinho, a situação não é brilhante. O desemprego no último ano aumentou, com os sectores têxtil e do calçado a continuarem em situação crítica e muitas das multinacionais deslocalizaram-se para os países de Leste... E, o que vemos em termos de investimento? A contínua e incorrigível aposta no turismo, a velha e mais que gasta saída para a crise. A verdadeira aposta na Educação continua por fazer...
Entretanto, números do INE revelaram que em 2005 foram suspensos 20000 postos de trabalho na Administração Pública, mas, ao mesmo tempo, entraram 19000 novos funcionários públicos, ou seja, houve um saldo negativo de "apenas" 1000 empregos. Onde está a promessa feita na campanha eleitoral por Sócrates de que "por cada dois funcionários públicos que saírem entrará apenas um"??? É que Portugal continua a não cortar nas despesas correntes do Estado, chegando-se ao ponto de se gastar metade das receitas cobradas em impostos com despesas do "monstro" Estado...
Bem sei que estão previstas medidas importantes no que concerne à reforma do sector Estado, desde o encerramento de repartições do Estado com reduzida produtividade, até ao combate à burocracia e diminuição do peso do sector público nas Finanças do Estado. Concordo com quase todas elas. Não sou como os sindicalistas da CGTP e da UGT que apenas olham para o que lhes interessa... Mas, não sejamos ingénuos: o desemprego terá tendência a aumentar e Sócrates sabe disso. Por isso, escusava de tentar enganar os portugueses e assumir que a promessa dos 150000 novos empregos até 2009 são simplesmente inalcansáveis. A não ser que o "monstro" Estado continue a engordar... E, isso é o mesmo que tapar o sol com a peneira!
A solução está na Educação, desde que levada a sério, e não com medidas avulsas e de "cosmética"... E as más notícias continuam: na Europa dos 25 estamos no 18º lugar, atrás da República Checa, da Eslovénia e do Chipre. A retoma não se vislumbra...

2 comentários:

Anónimo disse...

A propaganda com que fomos brindados durante um ano de governo irresponsável e incompetente, fez os seus frutos. De tal modo profícuos que se permitem fechar maternidades e centros de saúde com a justificação na redução do deficit e como reverso temos aumentos de 30% nos salários de gestores públicos.
Os fabulosos salários na ERC são um perfeito escândalo. É mais uma prova que o objectivo deste governo é sugar ao máximo os dinheiros dos contribuintes em proveito próprio. Quando regateiam e recusam alguns poucos euros para repor a diferença entre a pensão de reforma e uns míseros 300€ aos idosos, pavoneando-se com a justeza da medida. Comparando com o estado do país e fazendo jus à crise financeira que enfrentamos e ás condições da classe politica. Estes vencimentos abaixo referidos são escandalosos.

Quanto custa ao país a "domesticação" da Comunicação Social.
Por informação da Presidência do Conselho de Ministros ficámos a saber que
- António Filipe, presidente da ERC recebe 6.415,95 euros (1663,39€ desp.representação)
- O vice-presidente recebe 5.845,63 euros (1348,99 desp.representação)
- Os 3 vogais recebem cada um 5.465,43 euro.
Estes vencimentos - denominados de grupo A, Nível 1, ou seja, de gestores públicos de topo de tabela - foram fixados por ordem dos ministros das Finanças e dos Assuntos Parlamentares. Recebem mais do que um ministro de Estado. A falta de vergonha não tem fim.

Anónimo disse...

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