sexta-feira, março 10, 2006

A diferença entre ter nível e não ter educação... Uma lição para as novas gerações do que não se deve ser!

Depois do que escrevi no artigo anterior e das opiniões veiculadas por alguns dos leitores deste blogue, seria lógico que apresentasse de seguida a primeira impressão acerca da postura do novo Presidente da República. Claro que ainda é muito cedo para avançar com certezas, mas o primeiro discurso de Cavaco, após a sua investidura, permite apontar o rumo da sua magistratura. Assim, fica claro que, mais do que um Presidente "agarrado" a mordomias e caprichos de banquetes e palacetes, teremos em Cavaco alguém interessado em apontar caminhos certos, alertar para os perigos e erros a que qualquer governação está sujeita, vigiar possíveis despesismos e a promoção do controlo partidário do aparelho de Estado, evitar a lógica dos lobbies e das cunhas, enfim, é certo que Cavaco se preocupará muito mais com os temas que são prioritários para os portugueses: a aposta no crescimento económico e o combate ao desemprego, a qualificação dos recursos humanos, a credibilização da justiça, a sustentabilidade da segurança social e a credibilização do sistema político e combate à corrupção. Por outro lado, também na área da política externa será concedida prioridade à lusofonia e a UE, embora não acredite que venhamos a ver Cavaco entrar na lógica da banalização das visitas de Estado e condecorações a que assistimos nos últimos vinte anos...
Mas, o que mais me surpreendeu foi a forma como alguns partidos e individualidades que também se candidataram às últimas eleições presidenciais se comportaram na tomada de posse do novo Presidente. É que, apesar de saber da raiva que alguns têm por Cavaco, a má-educação falou mais alto do que o respeito e a integridade, pelo que foi com enorme surpresa que soube que os deputados do PCP e do BE, acompanhados de Mário Soares, (não) souberam respeitar, uma vez mais, o veredicto do povo português. E, dizem-se eles democratas...
Tenho a certeza que a grande maioria do povo português reprova esta atitude destes senhores e saberá dar-lhes a resposta certa: PCP e BE nunca deixarão de ser pequenos partidos e Soares acabou de deixar escrita a sua "morte" política.
Cavaco sabe que não terá um mandato descansado e será o Presidente da República que, depois do 25 de Abril de 1974, sofrerá mais contestação popular, dado que ainda há quem, neste país, não distinga confronto de cariz partidário de respeito pela democracia.
Nunca fui um grande adepto da forma como Sampaio exerceu os seus dois mandatos, e muito menos os de Soares, mas, apesar de nunca ter votado em Sampaio, sempre que estive em cerimónias com a sua presença soube ser bem-educado, cumprimentá-lo e respeitá-lo. Cavaco sabe que não terá a vida fácil... É que ainda há quem pense e actue como se a democracia não existisse em Portugal!

2 comentários:

Biranta disse...

Até parece que Cavaco nunca teve oportunidade de mostrar o que vale; ou melhor: o que não vale. Vale ZERO, para a resolução dos problemas do País.
O que Cavaco vale está bem caracterizado aqui: http://sociocracia.blogspot.com/2006/02/o-desempenho-do-presidente-eleito.html, como segue:
"encontrei estas pérolas que transcrevo abaixo, neste documento:

“Reconhece-se em toda esta implacável sucessão de erros e ilegalidades as marcas do governo de Cavaco: a incompetência, a cobardia, a violência, a fraude, a isenção do poder perante a lei e o Direito""
Não se fazem omoletas sem ovos... A Presidência da Cavaco vai ser igual (tão má como) às de Sampaio (que eu abjuro e culpo, igualmente, do descalabro da situação em que vivemos, porque assim deve ser).
Mas, afinal, queixo-me do quê? São todos políticos, iguais entre si e iguais a todos os outros políticos. É necessário e é urgente, valorar a abstenção, para acabar com esta bandalheira, para responsabilizar esses bandidos todos que nos têm destruido, (refiro-me a TODOS os políticos de TODOS os partidos) para que os problemas do país se possam resolver!

M disse...

Parece que Jorge Sampaio não apontou os caminhos correctos! O problema é que os discursos leva-os o vento e também levará as palavras de Cavaco Silva.
Vejo que continua a acreditar no D. Sebastião...