sexta-feira, outubro 01, 2004

Maus exemplos...

A decisão do Governo em conceder a tolerância de ponto aos funcionários públicos na próxima segunda-feira, véspera do feriado da Implantação da República (5 de Outubro), com a atribuição do direito de autonomia às escolas para acederem ou não à dita "ponte" deixou, regra geral, os sindicatos da Função Pública e os próprios trabalhadores, satisfeitos, mas revela, sinal de fraqueza e de falta de rigor do Governo relativamente a um preceito que se pensava ser de relevo para este Executivo: a taxa de produtividade da nossa Administração Pública. É que continuo a não perceber que tipo de ganhos advêm para Portugal com este tipo de "folgas" ao trabalho...
No caso específico das escolas, a autonomia de decisão que o Governo lhes concedeu serviu de muito pouco, pois a grande maioria delas decidiu-se pelo encerramento dos portões na próxima segunda-feira. Se por um lado, os sindicatos logo vieram criticar o Governo por ter apelado ao direito de opção das escolas, por outro, muitos dos próprios professores e funcionários não docentes das escolas pressionaram os respectivos Conselhos Executivos a concederem a "folgazinha"...
É pena que, depois do "bombardeamento" verbal dos sindicatos da Educação contra a abertura tardia das escolas ter durado mais de duas semanas, estes venham agora com o argumento de que os funcionários públicos merecem ter a segunda-feira livre de trabalho. Mas, dos sindicatos portugueses, não se devem esperar grandes novidades...
Quanto ao mais recente pedido de demissão da Ministra da Educação, denunciado pela Fenprof, já estava a achar estranho que, depois da abertura das aulas no dia de hoje em quase todas as escolas, não víssemos o "recorrente" Paulo Sucena exigir um novo rosto para a Educação. Já que não se podem queixar da falta de pagamento dos salários aos professores contratados, há que conseguir tempo de antena e, neste particular, os sindicatos afectos à CGTP são especialistas. Bem esteve a Ministra que preferiu ignorar tal provocação...
Entretanto, esperemos que fiquem por aqui as "borlas" concedidas aos funcionários públicos...

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