quinta-feira, novembro 10, 2005

A diferença entre ser-se discreto ou provocatório...

Nos últimos dias foi notícia em alguns jornais (não sei se passou nas televisões) o caso de duas alunas de uma escola secundária de Vila Nova de Gaia que se queixaram de terem sido humilhadas e discriminadas pelo facto de se assumirem como lésbicas. Esta situação desencadeou-se depois das referidas alunas terem sido, segundo as mesmas, provocadas e insultadas por uma funcionária da escola por irem de mãos dadas, já depois de terem sido, por diversas "apanhadas" a darem beijos nos corredores da escola. Segundo as alunas, também a Vice-Presidente do Conselho Executivo actuou de forma errada, tendo-as apelidado de "lésbicas" e afirmado que da escola para fora poderiam ter os comportamentos que bem entendessem. Por parte da escola ficou-se a saber que estas são duas alunas problemáticas, que faltam muito e cujo aproveitamento escolar é negativo...
Pois bem, enquanto professor, mais do que fazer juízos de valores ou criticar uma das partes e "absolver" a outra, penso que será importante que as escolas reflictam muito bem sobre este tipo de situações, incorporando nos seus Regulamentos Internos o que fazer em casos análogos. Se bem que seja diferente, muitas escolas já prevêem o que fazer no caso dos alunos serem "apanhados" a fumar ou na posse de objectos contundentes. Mas, não seria melhor estipular a proibição de determinados comportamentos e atitudes entre alunos que possam sugerir condutas de cariz provocatório para com a comunidade educativa em geral? Atente-se que há escolas onde convivem alunos com idades compreendidas entre os 11 e os 20 anos... Independentemente dos namoros serem entre heterossexuais ou homossexuais, um estabelecimento escolar é um local onde a reserva, o ser-se discreto e a boa conduta devem prevalecer. Na escola onde lecciono já passei por casais de namorados que fazem questão de dar nas vistas em poses que tendem, no mínimo, a incomodar quem passa ao lado... Porque não proibir gestos e atitudes que de discreto não têm nada? Não me falem em coarctar a liberdade pessoal e individual das pessoas. Como se costuma dizer, a liberdade de cada um acaba quando a do outro é posta em causa... Apenas se trata de impor limites a certos comportamentos que tendem a perturbar o normal desenrolar das actividades educativas...
Quanto a juízos de valor, apenas direi que quem parece ter-se aproveitado deste caso para fazer um pouco mais de politiquice foi, como não poderia deixar de ser, o Bloco de Esquerda. Sempre é algum tempo de antena que se consegue ter, não é?
Já agora, depois de o Presidente da CONFAP (Confederação das Associações de Pais) ter afirmado que "é inaceitável pensar que é com regulamentos ou com falsos moralismos que se vai probir seja o que for", não será melhor lembrar ao senhor Albino Almeida que tem sido a aplicação, nos Regulamentos Internos das escolas, da proibição de fumar em recinto escolar a forma mais acertada e com melhores resultados no sentido dos alunos deixarem de fumar nas escolas? Na escola onde lecciono tem sido...

7 comentários:

Unknown disse...

Não podia estar mais de acordo consigo.
Cumprimentos
Rui

Diesel disse...

Peixoto,
No essencial concordo contigo, mas no caso em apreço tenho de dizer o seguinte: ouvi falar neste caso (não vi a noticia) e a 1.ª coisa que me lembrei foi do presidente do conselho directivo da minha escola secúndária (nos saudosos anos 80) que era um autêntico nazi. Não permitia qualquer comportamento mais expansivo e cultivava um temor à sua pessoa que lhe dava um gosto especial. É que, infelizmente, também existem professores destes.

contradicoes disse...

A disciplina seja ela em que estabelecimento de ensino fôr, básico, secundário ou universitário, não tem necessáriamente que exceder os limites
do que está internamente regulamentado sob pena de o conselho directivo ou a reitoria estar a exorbitar nas suas competências.

Anónimo disse...

O idiota homofóbico, convenientemente protegido pelo politicamente correcto, com a mania de que a proibição é uma boa solução para os problemas (apesar da história da humanidade apontar exactamente para o contrário), volta a atacar.

Nunca aprendes, pois não?

M disse...

Agora vamos proibir manifestações de carinho, afecto ou amor? Desculpe mas não podia discordar mais com o seu post.

AnaCristina disse...

Lamento discordar que se regulamentem abraços e beijos... Lamento discordar que as miudas em causa não se devam abraçar e beijar como fazem os colegas heterossexuais...
Lamento discordar que estes acontecimentos e disciplina nada tem a ver uma coisa com a outra...

Falso moralismo e boa conduta não podem ser impostos, tem que ser ensinados!

Anónimo disse...

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