Durante a presente semana tem estado a decorrer uma Presidência Aberta dedicada ao tema da educação. Jorge Sampaio optou por dar destaque às questões do abandono escolar e da escolaridade obrigatória, estando, ao longo destes dias, de visita a diversas escolas do país que possuem programas específicos de combate a este flagelo nacional que é o abandono escolar. Também não seria má ideia se Sampaio fizesse uma visita "surpresa" às escolas onde o problema do abandono escolar é uma realidade ignorada pela comunidade local, desde os eleitos camarários até aos administradores escolares e encarregados de educação.
Contudo, esta Semana da Educação tem sido marcada, vergonhosamente para o Ministro David Justino, pela confusão que foi a publicação das listas provisórias de ordenação dos professores, onde se prevê que a taxa de erros na dita lista será de 100%. Ou seja, mais de 130 mil professores, estarão, por estes dias, com a cabeça em água, não sabendo se poderão ou não vir a ser excluídos ou prejudicados na próxima fase de colocação de docentes. As aulas devem estar a decorrer às "mil maravilhas"... Quanto a esta situação, no mínimo, lamentável, Jorge Sampaio não fez (ainda) qualquer referência concreta, não tendo ainda, aliás, proferido qualquer palavra em defesa da dignidade dos professores, dando quase a entender que se esquece que o abandono escolar só poderá ser, efectivamente, combatido quando o rigor e a firmeza forem realidades concretas nas nossas escolas.
A verdade é que a educação em Portugal só poderá vencer quando os professores, as famílias e os alunos estiverem sujeitos a uma esfera onde impere a responsabilização, o rigor e a exigência. Não é com a descida da fasquia que teremos orgulho nos resultados a atingir pela nossa comunidade estudantil. Também neste sector da vida portuguesa tenho saudades dos tempos em que o nível era de maior exigência e respeito pelo sector da educação...
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