quarta-feira, outubro 12, 2005

Era uma vez...

Era uma vez um jovem que, desde cedo, vendo-se confrontado com a ausência de um pai (que pouco tempo dava à família e tinha nos seus "amigos" a prioridade do seu tempo) teve no seu avô a imagem daquele "velho", que com a sua sabedoria e argúcia, fazia brilhar de orgulho os olhos do pequeno jovem.
Assim, desde muito novo que o rapaz começou a acompanhar o seu avô, em vivências e aventuras que a memória guardará para sempre. Fosse em tertúlias de café que o avô tinha com os da sua idade e para as quais fazia questão de levar o neto ávido de curiosidade; fosse nos passeios que ambos faziam pelos caminhos escondidos da Serra da Estrela, munidos apenas de um saco de maçãs e de uma garrafa de água; fosse nas esplanadas das praias da Figueira da Foz e de S. Pedro de Moel, no tempo das férias de Verão, nas quais as mulheres iam para o areal tomar banhos de sol e eles os dois ficavam numa qualquer esplanada virada para o mar, com o avô a contar histórias com mais de meio século; fosse na velha oficina de encadernação em que o avô dava largas à sua vocação de artista (encadernador de livros), com o jovem rapaz a aprender com o velho mestre avô a arte de bem encadernar; enfim, muitas foram as horas nas quais avô e neto passaram juntos belos e inesquecíveis momentos...
Esse jovem sempre viu o avô como o seu grande ídolo, pelo que desde novo foi decisivamente influenciado pelos ensinamentos que o avô lhe foi dando, assumindo a defesa de valores para os quais o seu velho mestre sempre se esforçou: o respeito, o esforço, a dedicação e a verdade... Assim, com o passar dos anos, o jovem rapaz foi moldando a sua maneira de ser, sem nunca esquecer os conselhos que o seu avô lhe prestou.
Agora que o seu avô deixou o mundo dos vivos, o jovem sabe o que seu velho mestre estará para sempre presente junto de si, em lembranças e recordações de momentos maravilhosos por ambos vividos e, inclusivamente, nas formas de pensar e estar na vida assumidas por esse rapaz, qual fã que segue os passos do seu ídolo.
Esta história é verídica. O rapaz sou eu e o velho mestre o meu avô. Jamais te esquecerei, querido avô...

8 comentários:

Anónimo disse...

Sinto muito.
Talvez assim tenha sido "melhor", pois o teu avô já estava a sofrer há muito tempo. Claro que deixa sempre uma grande mágoa no teu coração e sentirás muitas saudades dele, mas a vida é mesmo assim...
Ficam os bons momentos que passaste com ele, os quais estarão sempre presentes no teu coração e os recordarás com muito carinho.
Coragem e força, amigo!

Anónimo disse...

A minha solidariedade nesta hora que vives. Digo como o Daniel:'O teu avô só morrerá,quando deixar de ser lembrado,e isso estou certo que não acontecerá por muito tempo!!!'

Francisco nunes

Anónimo disse...

Lamento. Muito. Mas pensa na sorte que tiveste em aprender tanto com ele, em todos os momentos em que estiveram juntos... eu,por exemplo,nunca soube o que é ter avós. Não conheci nenhum deles...

AnaCristina disse...

Pois é, Pedro... Passei pelo mesmo há um ano. Ainda tinha todos os avós vivos e por isso doeu muito; o facto de o meu avô ser uma pessoa muito distante não fez com que a dor diminuísse, pelo contrário, ainda hoje acho que podia ter passado mais tempo com ele e podia ter-lhe dito mais vezes o quanto gostava dele.
Estou a teu lado nessa dor.
Mas acredita que a partida dele só significa a morte de um corpo; como o Daniel disse, a alma dele perdurará enquanto tu viveres...
Um abraço

... disse...

Sinto muito.

Os meus pêsames.

Anónimo disse...

OI PEDRO
FIQUEI COMOVIDA COM O TEU EMAIL...
PARECES SER UMA LINDA PESSOA ...
SÓ NO FINAL É QUE PERCEBI..QUE O TEU AVÔ FALECERA...MEUS PÊSAMES.

AS PESSOAS QUE NOS SÃO ESPECIAIS...NUNCA MORREM...PERMANECEM SEMPRE NO NOSSO CORAÇÃO...

fica bem...FORÇA

Anónimo disse...

Amigo Pedro, deves pensar k para onde o teu âvo partiu, ele estará sempre a pensar e a cuidar de ti...

Anónimo disse...

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