A notícia avançada hoje de que Jorge Sampaio já promulgou o decreto-lei do Governo que institui o novo sistema de avaliação dos funcionários públicos foi recebida pelas organizações sindicais com consternação e notório desconforto. Tanto a CGTP como a UGT já afirmaram que, mesmo com a promulgação por Sampaio do referido decreto-lei, tudo farão para que o novo sistema de avaliação no funcionalismo público não seja posto em prática.
Ora, a verdade é que os trabalhadores da Função Pública em geral estão mal habituados e têm medo de ser avaliados, pois com o actual sistema de progressões automáticas na carreira, qualquer funcionário público, mesmo que seja pouco atencioso ou pouco produtivo, facilmente sobe de escalão, o que é injusto precisamente em relação aos trabalhadores da Função Pública que honram, condignamente, o seu posto. É que também há funcionários públicos que trabalham bem. Pena é que sejam uma minoria a julgar pela opinião dos utentes dos serviços públicos.
Com tanta oposição ao novo sistema de avaliação dos funcionários públicos, que se destaca por ser mais rigoroso que o actual, a ideia que passa é que a maioria dos trabalhadores da Função Pública tem receio de que com uma avaliação rigorosa se possa deixar de subir na carreira de forma tão facilitada como acontece actualmente.
Resta perguntar: não seria hora de também os sindicatos serem avaliados pelo Estado? É que com tantos sindicatos, como acontece, por exemplo no sector da Educação, mais parece que o sindicalismo português se tornou para muitos funcionários públicos num autêntico "tacho dourado"...
1 comentário:
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