No passado domingo, Santana Lopes, numa entrevista à SIC, avançou com a ideia de o próximo Governo poder vir a deslocalizar dois ou três Ministérios de Lisboa para outras cidades do País, por razões de eficiência, conveniência e justiça. Esta ideia, que não passa disso mesmo, pois não foi feita nenhuma promessa ou compromisso de honra, parece ter aterrorizado a esquerda portuguesa, que logo veio acusar Santana de populismo.
Ora, pergunto-me: qual é o problema que advém para o País de dois ou três Ministérios deixarem de estar localizados em Lisboa se as suas principais áreas de intervenção se inserem noutras regiões que não a capital? Qual é o problema de o Ministério da Economia se localizar no Porto, já que a região Norte tem uma relevância industrial preponderante a nível nacional? Qual é o problema do Ministério da Agricultura se localizar em Santarém, fazendo justiça para com os agricultores do Ribatejo? Aliás, a própria Secretaria de Estado das Florestas poderia situar-se na região Centro, onde se concentra a maior mancha florestal do País. Agora, é lógico que estas são situações excepcionais e que a maioria dos Ministérios se deverão localizar em Lisboa...
Sinceramente, não percebo qual a razão que faz com que uma simples ideia (nem sequer é ainda uma proposta) tenha uma receptividade tão negativa por parte de uma esquerda que (sobre)vive à custa da crítica fácil.
A ideia de Santana Lopes, certamente, que irá ser alvo de estudos que comprovem ou não a viabilidade de uma deslocalização de alguns Ministérios para outras regiões do País, tendo como objectivo principal o interesse nacional. Agora, ter uma postura passiva e de comodismo face a um Terreiro do Paço centralista e saudosista é não perceber que já estamos no séc. XXI e que os tempos do Marquês de Pombal já lá vão...
1 comentário:
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