Manuel Carvalho escreve hoje no Público um editorial com o título "A Derrocada da Nation Building", onde defende a ideia de que as nações livres e democráticas não têm qualquer legitimidade para desencadear políticas externas que levem à democratização do mundo árabe ditatorial e embrião das formas mais diversas do terrorismo actual emergente.
Afirma o jornalista que "o conceito de "nation building" não passa de uma ideologia extremista, uma combinação perigosa de messianismo com voluntarismo, que é completamente destituída de qualquer sentido da História". Ora, penso que com esta argumentação, apoiada no medo e no voltar costas ao medievalismo político em que está subjugado grande parte do mundo árabe, só engrandece os próprios terroristas, dando-lhes razão na afirmação por eles proferida de que "não queremos cá ninguém na nossa casa" (como se a casa deles fosse um antro de paz, democracia e liberdade).
Será que as nações mais desenvolvidas do mundo, onde a democracia e a liberdade são conceitos adquiridos, não têm a legitimidade de, em nome da segurança de um mundo cada vez mais globalizado e da defesa do combate à pobreza em que (sobre)vive a população árabe (pobreza essa que fomenta o ódio ao mundo ocidental), dizia, não têm a legitimidade de orientar políticas que levem à democratização do mundo árabe? Para mim, essa legitimidade é total... De facto, penso que, tal como aconteceu na Europa Ocidental, após a 2ª Guerra Mundial e na Europa de Leste após a queda do muro de Berlim, já para não falar dos casos do Japão ou da África do Sul, a melhor forma de se garantir um mundo mais pacífico e menos desigual em termos de desenvolvimento humano é, precisamente, através da criação de condições de fomento da democracia e da liberdade nos países onde reina a ditadura e a censura.
O exemplo do Iraque poderá ser o princípio de um processo de democratização de uma região do mundo onde a falta de uma educação dos jovens assente em pilares tão básicos como a democracia e a liberdade, tem levado ao fortalecimento do fundamentalismo islâmico e do ódio ao Ocidente. Urge, agora, travar esta batalha, para que as próximas gerações possam viver num mundo mais pacífico e harmonioso...
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