sexta-feira, abril 16, 2004

O que fazer com a prostituição?

Assisti hoje, no canal Odisseia, a um documentário sobre o fenómeno da prostituição em diversos países da Europa, com destaque para o caso da Holanda, onde a prostituição é legal. Este é um fenómeno social que não considera fronteiras e, sendo considerado, meio a brincar, meio a sério, como a mais antiga profissão do mundo, não é de fácil resolução.
Em Portugal, há quem defenda a legalização deste flagelo, com destaque para os partidos mais radicais de esquerda, por forma a, segundo eles, conceder uma melhor segurança ao nível da saúde das mulheres que optaram por dar este rumo à sua vida. Por outro lado, afirmam os defensores desta medida, o índice das doenças sexualmente transmissíveis, com destaque para a SIDA e a hepatite C, teria uma quebra considerável com a legalização da prostituição.
Ora, depois de ter visionado o referido documentário no canal Odisseia, onde reparei que as "trabalhadoras do sexo" na Holanda são tratadas como um simples meio de fazer dinheiro para os empresários legais que as colocam em cotação numa espécie de bolsa de valores do sexo, reforcei ainda mais a minha opinião de que legalizar a prostituição é um perigoso caminho a tomar, tanto ao nível da dignificação da condição feminina, como no que concerne a um conjunto de ideais e valores que o Estado tem como função preservar e fomentar.
A verdade é que a prostituição, legalizada ou não, consiste numa forma extrema de discriminação sexual. Legalizar este tipo de violência feminina retiraria qualquer tipo de liberdade às mulheres, bem como os seus direitos de cidadania, abrindo as portas a um tipo de comércio que, actualmente, é considerado ilegal e tratando as mulheres como uma simples mercadoria e objecto de satisfação para aqueles que têm poder de compra. Se as mulheres se podem transformar numa comodidade legitima para quem as procura, então é-lhes atribuída uma cidadania de segunda categoria. Legalizar uma situação destas é deturpar o próprio princípio da democracia.
Ora, é, no mínimo contraditório, assistir-se ao discurso de uma esquerda que, ao mesmo tempo que combate, desenfreadamente, a liberalização da economia e o comércio internacional sem fronteiras, vem apelar à legalização de um fenómeno que transforma as mulheres numa simples mercadoria transacionável de forma lícita... Mas, mais estranho foi ver a JSD ter vindo, em tempos atrás, defender esta medida. Felizmente que o PSD soube pôr os laranjinhas na ordem... Mas, quem abrirá as consciências da esquerda radical portuguesa?
Solução para o problema: instruir e educar a população dentro dos valores e princípios da verdade e do respeito, combatendo toda a espécie de fenómeno que fomenta o tráfico de seres humanos...

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