Iniciou-se na segunda-feira o 2º período de aulas nas escolas portuguesas. Numa das minhas turmas do 8º ano, alguns alunos, já fora da escolaridade obrigatória e que tiveram nove, dez e onze negativas no 1º período, voltaram às aulas da mesma forma como o fizeram no 1º período: sem livro, sem cadernos e alguns até sem uma simples esferográfica, aliado a um completo desinteresse pela matéria leccionada. Resolvi ficar com eles uns minutos no final da primeira aula deste período, a fim de perceber o que os levou a regressar à escola, depois de terem ido para as férias de Natal carregados de negativas. Pensava eu, que por estarem fora da escolaridade obrigatória e dado o seu fraco rendimento escolar, resolvessem ingressar na vida profissional...
As respostas que me deram são elucidativas: um disse-me que convenceu a mãe a deixá-lo ficar na escola até ao Verão para só depois ir trabalhar para a Suíça; outro informou-me (como se eu não soubesse!), que estando na escola não chateia ninguém lá em casa e o outro (o das onze negativas) disse-me que quem manda nele é ele mesmo e não os pais... Resta dizer que os pais destes três alunos demonstraram durante o 1º período de aulas um desinteresse confrangedor pelo (des)progresso dos seus filhos na escola.
Não seria tempo de o Estado "abrir" os olhos a estes pais, tirando-lhes, por exemplo, benefícios como o abono de família e outros... Talvez, assim, estes pais deixassem de ver a escola como o depósito criado para deixarem os seus filhos ao chamado "Deus dará"...
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