Depois de, há cerca de dois anos e meio, Ferro Rodrigues ter chegado à liderança do PS, os socialistas fizeram uma viragem radical à esquerda e assumiram o papel que até aí era protagonizado pelo PCP e BE. Os comunistas sentiram então que a liderança de Ferro Rodrigues lhes estava como que a retirar o tapete do "protagonismo" e assustaram-se. É neste contexto que se pode considerar como tendo sido benéfico para os comunistas as "feridas" que o caso Casa Pia trouxe ao PS.
Dada a aproximação do PS à esquerda mais ortodoxa que já passou por Portugal, desde os tempos de Soares à frente do PS, os comunistas pensaram então que Ferro Rodrigues estava como que a fazer um "piscar de olhos" à restante esquerda, para assim tentar a reconquista do Governo já nas próximas eleições legislativas. Por ouro lado, Carvalhas sabe que só conseguirá manter-se à frente do PCP caso dê esperanças aos seus camaradas de que poderá finalmente chegar ao Governo. E, essa possibilidade só poderá concretizar-se com uma coligação PS-PCP.
Pensava Carvalhas que Ferro Rodrigues consideraria com agrado a dita coligação já nas próximas eleições europeias, para assim aguentar a oposição interna socialista, liderada, subtilmente, por Jorge Coelho. Por isso, ontem Carvalhas encheu-se de coragem e decidiu ir à pesca tentar "capturar" o seu aliado mais natural: o PS. Deu-se mal, pois Ferro Rodrigues, de orgulho ferido, rejeitou a proposta comunista para não dar sinal de fraqueza ao eleitorado.
E, assim vai a esquerda portuguesa: aos trambolhões, sem rumo e, agora de costas voltadas.
Durão e Portas devem continuar a sorrir...
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