A esquerda portuguesa anda numa autêntica roda viva com os resultados das recentes eleições realizadas em Espanha e na França. Mesmo considerando o cariz diferenciado das eleições em causa e as diferentes razões objectivas que levaram a que os principais partidos de esquerda espanhol e francês saíssem vitoriosos dos respectivos actos eleitorias, a esquerda portuguesa não deixou de se regozijar com os resultados obtidos pelas suas congéneres europeias e tem-se desmultiplicado em artigos de opinião, dando "vivas" à suposta vassourada que a direita europeia estará a sofrer.
Atente-se no último artigo de Eduardo Prado Coelho (EPC) onde este se congratula com a recente derrota da direita francesa nas eleções regionais, dando a entender que também Durão Barroso irá colher os frutos da sua (segundo EPC) má governação. Já Mário Soares prefere profetizar a próxima grande derrota da direita, que irá, segundo ele, mudar o mundo: a de Bush nas próximas eleições americanas...
Ora, não percebo esta euforia da esquerda portuguesa com acontecimentos externos que pouco nos dizem respeito, quando internamente nos deparamos com uma esquerda sem propostas alternativas, protagonizada por um partido dominante cujo líder tem défice de carisma, falta de firmeza e se dá à vergonha de não descurar uma coligação governamental com um partido radical que se especializou na "arte" de desinformar e apelar à insurreição popular... Com uma esquerda de tão baixa categoria não sei o que leva alguns a rirem-se do que se passa lá por fora...
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