Quando a má fé e a falta de bom senso superam o respeito pela lei vigente e a fuga para a frente parece ser a única saída encontrada por aqueles que apenas têm como objectivo afrontar o regime jurídico português e fazer valer à força as suas convicções e as suas ideias, o resultado final só poderá ser mau e contraproducente.
Vem isto tudo a propósito da reacção tida pela fundadora da organização "Women on Waves" que, depois de ter sido confrontada por uma decisão judicial que não lhe agradou, resolveu, com a conivência da SIC, prestar um mau serviço à população portuguesa divulgando publicamente a forma de cometer um aborto com um medicamento comprado numa farmácia, medicamento esse destinado a dores de estômago.
Ora, por muito boas que sejam as intenções dessa senhora e das organizações que a apoiam, a verdade é que nada em democracia pode ser mais importante que o respeito pela lei em vigor, sob pena de entrarmos num estado de auto-regulação, mais parecido com uma espécie de anarquia.
Em Portugal, a interrupção voluntária da gravidez, bem ou mal, encontra-se legislada, pelo que a lei não é omissa relativamente a esta matéria. Ainda por cima, houve um referendo há seis anos sobre este tema, pelo que nada justifica que alguns queiram à força contrariar a lei portuguesa. O que esta senhora fez foi um atentado à saúde pública, agindo como se Portugal não tivesse um sistema nacional de saúde, nem uma lei em vigor sobre a IVG.
Esperemos que a justiça portuguesa actue. Se possível, depressa e bem...
1 comentário:
That's a great story. Waiting for more. »
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