A expressiva vitória de José Sócrates nas eleições internas do PS constitui uma radical viragem na linha de rumo que a esquerda portuguesa tinha vindo a prosseguir, desde que Guterres abandonou o "barco" da governação há cerca de cinco anos atrás.
Com a liderança de Ferro Rodrigues, a esquerda que se assume como tal, viveu um sonho que pensava poder ter continuidade caso Sampaio tivesse optado pelas eleições antecipadas quando Durão Barroso foi "chamado" para o cargo de Presidente da Comissão Europeia. Ora, se a vitória clara de Sócrates é sinal de que a maioria dos militantes socialistas sabe o que quer, a verdade é que a actual orientação "socrática" deve provocar um arrepio na espinha a todos aqueles que, não sendo militantes do PS, se reviam no socialismo pragmático dos tempos de Soares e, mais recentemente, da corrente ferrista.
Ironia dos tempos: são os próprios militantes de base do PS que resolvem dar um murro na mesa e "esmagar" os ideais socialistas em que nasceu o PS. Mário Soares deve estar pior que estragado e os apoiantes da velha guarda de Alegre não devem saber o que fazer...
Qualquer que seja o próximo Primeiro-Ministro daqui a dois anos (Santana ou Sócrates), o certo é que os radicais de esquerda bem poderão esquecer a sua chegada ao poder de um País que se quer moderno, virado para o futuro e aberto à iniciativa privada, à livre concorrência e ao liberalismo económico... A bem do País!
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