Através de uma breve análise aos resultados da primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior pode-se facilmente concluir que se tem vindo a assistir, nos últimos anos, a uma lenta, mas progressiva mudança dos cursos mais frequentados, o que denota, sobretudo, que a população estudantil começa a pensar, não apenas em entrar para o ensino superior, mas também em certificar-se das suas reais possibilidades de se inserir no mercado de trabalho. Mais do que ter um canudo, é importante ter um emprego estável e fiável...
O boom universitário que se deu nos anos 90 com a abertura, quase indiscriminada, de estabelecimentos de ensino superior, tanto públicos como, e sobretudo, privados (muitos deles de qualidade duvidosa) provocou uma crescente entrada de estudantes no ensino superior. Ora, Portugal era, nessa altura, o País com menos diplomados de toda a UE, pelo que se compreende tal aposta governamental. No entanto, este crescimento das vagas universitárias foi desordenado, tendo-se apostado, essencialmente, nos cursos menos onerosos e que menos falta faziam a Portugal. Daí termos continuado com graves carências de diplomados nos sectores da saúde e das novas tecnologias, em contraste com o número excessivo de licenciados nas áreas do ensino e das humanidades.
Felizmente que este panorama começa agora a alterar-se com uma diminuição da procura dos cursos sem saída profissional e a aposta nas áreas de que o País mais carece. Esperemos que este progressivo equilíbrio entre a oferta e a procura não tenha efeitos numa indesejável diminuição do rigor e da exigência que se esperam de um ensino superior que devia primar pela excelência e não pelo facilitismo...
2 comentários:
Cool guestbook, interesting information... Keep it UP
» » »
Best regards from NY! »
Enviar um comentário