Ontem foi dia de abertura das hostilidades entre os principais partidos portugueses no caminho para as eleições europeias. Tanto a coligação PSD/PP, como o PS, o PCP e o BE tiveram reunidos no sentido de definirem a estratégia que vão adoptar a partir de hoje até ao dia 13 de Junho, dia das eleições.
Ora, pelo que ontem se ouviu de alguns dirigentes partidários, parece-me que existe, em todos os partidos, um grande equívoco sobre o significado das próximas eleições. Cada partido, com destaque para o PS e a coligação PSD/PP, optou por redefinir o real sentido do que no próximo dia 13 de Junho deveria estar em questão. O PS, pela voz de Ferro Rodrigues, quer fazer das europeias um "ajuste de contas com o embuste eleitoral de Março de 2002". Por seu lado, a coligação PSD/PP tenta disfarçar as diferenças que existem entre os dois partidos em matéria de Europa e vai para estas eleições coligado de forma artificial. Quanto aos demais partidos, nem vale a pena falar, pois têm como principal objectivo aproveitar as eleições para usufruírem de tempo de antena.
Ora, é pena que as duas principais forças partidárias vejam estas eleições numa perspectiva de debate das políticas caseiras e de distribuição de lugares apetecíveis em Bruxelas, em vez de darem a conhecer ao eleitorado português o trabalho feito (ou que ficou por fazer) pelos deputados europeus eleitos à cinco anos atrás. Com este tipo de actuação, não é de admirar que a maioria dos portugueses desconheça para que servem estas eleições e, o mais certo, é que muita gente vá votar seguindo o pensamento estratégico do PS, defendendo ou condenando a política de Durão Barroso. A verdade é que, infelizmente, estas eleições vão sobretudo servir de barómetro acerca de como os portugueses apreciam (ou não) a política governamental da coligação...
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