terça-feira, julho 15, 2003

Mão de ouro e cabeça de latão!

A TVI quando faz uma asneira parece que gosta de a repetir! Foi o que se passou em relação ao Big Brother e é o que está actualmente a ocorrer com um programa intitulado "Mão de ouro". Já muitos devem saber do que trata este concurso: 20 concorrentes tentam ganhar um jipe, colocando a mão sobre o mesmo e vendo qual deles aguenta mais tempo naquela pose ridícula.
O facto deste tipo de entretenimento primário ter um elevado número de apreciadores, bem patente no número de concorrentes à selecção do mesmo (pelo que diz a TVI concorreram milhares de pessoas!), como na própria audiência da sua transmissão, obriga-me a pensar que uma grande parte da população portuguesa se encontra numa fase regressiva no que respeita à sua capacidade para discernir o que é entretenimento útil do "internamento fútil".
Penso, aliás, que uma breve análise das profissões das pessoas que participam neste tipo de programas permite fazer algumas observações sobre o estado social do país. Imaginem que já participaram neste concurso estudantes universitários dos cursos de Filosofia, Psicologia, Marketing e Economia, o que faz pensar que estas pessoas, ou estão no curso errado, ou tentam a todo o custo passar os limites da decência para ganhar um jipe, não se importando minimamente com a figura a que se prestam para entreter aqueles que acham piada ao concurso. Não acredito que estes estudantes estejam a fazer qualquer tipo de estudo prático referente às suas áreas! A estudante de Psicologia ainda teria algumas razões para tentar perceber que tipo de perturbações psicológicas sofrem estas pessoas! Mas não acredito que tivesse sido essa a sua motivação.
Não tenho nada contra os concursos da televisão portuguesa que à noite fazem companhia a muitas milhares de famílias. Aliás, neste aspecto a RTP até se tem portado ultimamente bastante bem, com a emissão de concursos, dos quais se pode aprender qualquer coisa. É o caso do programa apresentado por Nicolau Breyner.
Agora a TVI ousa passar os limites do compreensível ao emitir um concurso do qual não se consegue aprender nada, a não ser fazer ver às pessoas que tipo de figura devem evitar ter. Uma figura que evidencia uma completa desordem funcional, ainda com a agravante de ser demonstrada por alguna jovens que frequentam o ensino universitário.
É caso para dizer que este concurso também se poderia chamar "Cabeça de latão"!

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